05 outubro 2009

Pselda no blog da Época

Meninas e meninos,

Fui convidada para escrever para o blog da Revista Época.
Queria aproveitar para dividir o texto com vocês por aqui também.


Feminilidade contida

Somos de um século no qual as mulheres queimaram os sutiãs, reduziram a proporções mínimas o comprimento da saia e fizeram da pílula a grande descoberta. Progressos não faltaram na passagem para o novo milênio. Essas mesmas mulheres conquistaram igualdades de condições no mercado de trabalho. Se sentem realizadas por suas próprias conquistas, pois não colocam mais a responsabilidade da felicidade no casamento ou nos filhos. Claro que há restrições, mas as evoluções são muitas.

O que ainda causa estranhamento é que apesar de tantas mudanças, ainda não podemos afirmar que existe realmente liberdade sexual feminina. Não aquela negligente, despreparada, sem cuidados. E sim, liberdade de feminilidade. As mulheres ainda boicotam a busca pelo prazer pessoal, ainda se sentem intimidadas pela simples menção da palavra s-e-x-o.

Ainda há vergonha em exercer plenamente a sexualidade, ou buscar o prazer. Muitas mulheres ainda criticam a facilidade que outras possuem de expor sua sensualidade, outras repetem publicamente que não podem ser vistas em lojas ou lugares que trabalham com sedução ou com a feminilidade. Quer dizer, há um preconceito do próprio gênero feminino em relação àquelas mulheres sexualmente realizadas ou que buscam por isso.

O problema é que a existência desta implicância acaba por ressuscitar os fantasmas e os tabus que tanto perseguiram as mulheres nos séculos anteriores e provocaram sofrimentos terríveis em nossas antecedentes, que sufocavam seus direitos de serem felizes e de saciar seus desejos.

Houve tempos em que aquelas que exigiam ter prazer eram consideradas loucas ou histéricas e eram até mesmo internadas em hospícios. Hoje isso não ocorre mais, mas ainda é comum que se criem alcunhas infames para as mulheres que desejam aprender mais sobre as técnicas de sedução ou aquelas que criam diferentes fantasias e procuram lingeries ousadas para incrementar a relação a dois.

Não há pecado em deixar transparecer aquela poção "Afrodite" que existe em cada mulher. Tão pouco, há vergonha em se deixar levar pelo desejo de obter um daqueles artigos "mágicos" que prometem prazer. É importante lembrar que o ser humano tem instintos e a sexualidade é inata. Não podemos, nem devemos escondê-los. Muito pelo contrário: uma mulher bem resolvida sexualmente,é bem resolvida na vida.

Já é hora de progredir de fato, longe de falsos moralismos. Afinal, a busca pela felicidade e pelo prazer dão sabor à vida. Não é mais possível fingir que não há encanto em sentir-se desejada, em seduzir e em encontrar a tão procurada satisfação pessoal.

2 comentários:

  1. Isso ai!!!!!! Nada de se conter para evitar que pessoas maldosas te julguem! Ser feliz incomoda e ser autentico mais ainda! Adoreiiii

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  2. Chega de falso moralismo! Boa Pselda!

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